sábado, 14 de julho de 2007

Mais um post pretensioso.

Hoje, vendo clipes de Faith no More no youtube (céus, quero meu hd com os álbuns deles de volta argh.), lembrei de algumas conversas que eu tive com o Loocas sobre os anos 90. Apesar de ter nascido no final dos 80, não me considero nem um pouco um fruto dessa década tão absurdamente colorida e dançante. Em parte -obviamente- por não ter vivido na minha pré-adolescência e adolescência tudo que é tão alardeado por aí. Meus maiores contatos com os anos 80 vieram de intermináveis sessões da tarde e muitas tardes ociosas levadas a biscoitos recheados e suco de caju -um viva pras crianças obesas-, não de influências musicais e quase nada de vestimentas. Pensando agora nos anos 90 (céus, tô ficando velha) me identifico muito mais. Excesso de informação, boom da internet, o crescente sentimento de foda-se generalizado... E pensando nisso resolvi fazer mais um daqueles posts pretensiosos de quem deseja definir em poucas palavras algum período de tempo. Devem existir pelo menos dois desses pra cada usuário da internet, mas foda-se.
O que pegou mesmo nas minhas divagações foi o contato com informação. Ou melhor, com o excesso dela, e a influência disso. Analisando as décadas anteriores à minha, a impressão que tenho é que nelas uma série de aficcionados surgiram, e independentemente do objeto de interesse, o frisson (aumente aqui meus pontos de bicha em 10) era comum em todas as áreas : do doente que sabe klingon ou élfico aos milhares de covers, sósias, etc. Daí veio o já citado excesso de informação, e ficamos simplesmente sem tempo pra nos aficcionar à qualquer coisa. Início? Anos 90. Como tudo isso começou nessa década (e se intensificou ao final dela), nós ainda herdamos algum frisson (20 pontos), e a informação até que serviu para deixarmos ainda mais apurados os gostos, curiosidades, coleções. Isso tem se perdido cada vez mais. Percebo isso à medida que envelheço, com a preguiça enorme de me prender a um tema, banda, estilo musical. Isso mesmo, preguiça. Afinal, sempre podemos deixar pra mais tarde aquelas cinco mil discografias que baixamos no emule, não? Isso fica muito, muito mais evidente quando perco algum tempo de contato com a internet (o que ocorre mais ou menos uma vez por ano), e há uma pausa temporária no fluxo absurdo de informações. Então, meus interesses germinados antes do ponto de saturação de informação têm algum tempo pra crescer. Agora com a mudança e consequente afastamento temporário da web eu provavelmente poderei ler mais um pouco, prestar atenção nas últimas cinco bandas novas que conheci, quem sabe desenhar alguma coisinha e aprofundar algumas teorias. Ou quem sabe eu arrumo uma lan house.

sexta-feira, 6 de julho de 2007

Mudanças físicas e estagnação mental

Enquanto o dia escorre viscoso e espero a visita de um possível comprador das tranqueiras das quais necessito me livrar, justifico superficialmente o tempo perdido com estudos escrevendo um texto aleatório. Tenho pensado bastante nesse apartamento, agora que irei sair dele. Conduta típica, sempre idealizo qualquer coisa ou pessoa quando existe a iminência de sua perda, e o pedaço de montanha (ou seria um morro? foda-se, é verde) que vejo de minha varanda, juntamente com a senhora que costuma passar os finais de tardes em um estupor contemplativo, o casal com um bebê que sempre toma banho às sete da noite e a estranha coruja de palha do apartamento em frente ao meu inspiram certas tendências nostálgicas. Contanto que esse tipo de atitude não atrapalhe futuras mudanças cruciais (tais como o fim de amizades antigas devido a ações imperdoáveis), tá tudo certo. Querendo ou não minha inspiração se alimenta dessa saudade antecipada, talvez até mais do que a maldita saudade presente, tão fria, voraz e destruidora até destas parcas tentativas de expressão.
Não tenho lido o Changeling, já que o desespero do final de semestre e a mudança comem meu tempo com um apetite assustador. Detesto a sensação das responsabilidades "adultas" sufocando minhas tentativas de ver o mundo com outros olhos. Apesar de algumas coisas me lembrarem os conceitos do livro (tais quais a música Panis et Circenses dos Mutantes), e lapsos de histórias de vários possíveis personagens surgirem ao longo do dia, minha mente tem se concentrado em conteúdos muito mais cinzas e angulosos (Quem dera fossem cenários da Tecnocracia , e não estatística e conceitos de teorias psicológicas). Talvez nas férias eu tenha tempo de me resolver com as cores, em meio a amigos (cada vez mais esparsos), família e a retirada temporária da preocupação com o que não vale a pena.

quinta-feira, 5 de julho de 2007

Um conselho

Nunca, nunca, eu disse NUNCA junte final de semestre com mudança de casa. E tenho dito.

segunda-feira, 2 de julho de 2007

Changeling, nostalgia e surpresas.

Fazer um blog me fez dar uma rápida olhada nos outros pedaços de mim que tenho deixado em bytes por aí. E, após tanto tempo de breves períodos de inspiração mergulhados numa apatia crescente, saiu mais um texto. Influência do livro de rpg que ganhei no meu agora já tão distante aniversário? Ou seria empolgação com mais um rastro virtual? Talvez uma preocupação narcísica em me ver estampada em lugares não tão cotidianos assim...Provavelmente tudo isso junto.
O dito livro de rpg que tenho lido chama-se Changeling: O Sonhar. E a inspiração que paira sobre esse título é muito anterior aos meus vinte anos, e começou de forma aleatória em 2005, através de e-mails impressionantemente não spamzentos no orkut. Quem me iniciou nesse sistema nem perfil tem mais, doce ironia. As conversas agora são esparsas e raramente os devaneios nelas ultrapassam nossos tantos relacionamentos. Por causa dessa iniciação, Changeling adquiriu uma 'aura' de mistério antes mesmo de eu virar sua primeira página, e o conhecer por meio de relatos (na época) tão intensos já deu o brilho 'glamouroso' -terminologia changelística só aprendida muito depois- de que necessitava e necessito para divagar mais profundamente. Qual foi a minha surpresa ao tê-lo em minhas mãos alguns anos depois, muitos quilômetros depois, muitas e muitas mudanças depois! Às minhas mãos que já achavam ter abandonado o mundinho encantado do roleplaying game (ah, tolinhas). É um belo livro, com ilustrações agradabilíssimas que contribuem para o clima feérico da coisa. E eu sempre ficarei abismada com a minha capacidade de viajar toda vez que abro um livro da White Wolf, mesmo já detectando suas formulinhas pra criar mundos aleatórios, haha. Em breve (medo de fazer essa promessa) desenhos, contos e, quem sabe, (finalmente!) uma campanha seja parida das minhas entranhas. Afinal, o primeiro livro próprio de rpg a gente nunca esquece.

domingo, 1 de julho de 2007

Olha só.

Após anos de negligência aos meus escritos, seja colocando-os em segundo plano a alguma foto ou desenho, seja os escondendo na gaveta mais funda ou em pilhas de xerox da faculdade, olha só, cá estou eu fazendo um blog.
Nunca tive a pretensão de achar que meus pensamentos aleatórios valiam por si só... Acho que isso mudou. Inauguro pois o primeiro blog da vida após tantos anos de internet e trocas de idéias por meio das mais variadas formas. Não sei se isso aqui vai durar, mas a vantagem(?) é que se eu passar alguns anos sem postar ele continuará aqui, então que seja.
O nome do blog é um trocadilho infame com minhas aulas de anatomia (RIP), uma das poucas informações sobre os campos funcionais do córtex cerebral que ainda restam no meu córtex cerebral. O giro pós central é responsável pelas sensibilidades em geral. Obviamente, isso se refere a receptores de estímulos externos e o caralho a quatro, não à maldita sensibilidade excessiva que povoa minhas crises. Mas que seja, fica registrada a piadinha até conseguirem imprimir toda a internet e eu poder apagar o que tenho por aqui.